Partner im RedaktionsNetzwerk Deutschland
Écoutez Saúde em dia dans l'application
Écoutez Saúde em dia dans l'application
(26.581)(171.489)
Sauvegarde des favoris
Réveil
Minuteur
Sauvegarde des favoris
Réveil
Minuteur
AccueilPodcasts
Saúde em dia

Saúde em dia

Podcast Saúde em dia
Podcast Saúde em dia

Saúde em dia

ajouter
Entrevistas e reportagens com especialistas sobre as novas pesquisas e descobertas na área da saúde, controle de epidemias e políticas sanitárias. Voir plus
Entrevistas e reportagens com especialistas sobre as novas pesquisas e descobertas na área da saúde, controle de epidemias e políticas sanitárias. Voir plus

Épisodes disponibles

5 sur 24
  • Conheça o novo medicamento que repigmenta a pele de pacientes com vitiligo
    O Opzelura, um creme recentemente aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), permitirá a repigmentação das manchas dos pacientes que têm vitiligo, uma doença autoimune que provoca a descoloração progressiva da epiderme, a camada visível da pele. Taíssa Stivanin, da RFIEstimativas mostram que o vitiligo atinge até 2% da população mundial e cerca de 1 milhão de brasileiros.Algumas personalidades públicas que sofrem da doença a tornaram, ao longo dos anos, mais conhecida do grande público. Dois exemplos são o cantor Michael Jackson e o ex-premiê francês Édouard Philippe.A patologia pode se manifestar em crianças e adultos e tem duas formas: a segmentar, que atinge um lado do corpo, e a difusa, mais comum. Neste caso, as manchas estão presentes nas extremidades, como mãos e pés, rosto, corpo ou cotovelos.A expectativa é que o novo medicamento, fabricado pelo laboratório americano Incyte, esteja disponível na Europa no primeiro trimestre de 2024. Nos Estados Unidos, ele já está nas prateleiras das farmácias desde julho de 2022, após a aprovação pela FDA (Agência Americana de Medicamentos).No Brasil, o remédio não deve comercializado antes do ano que vem. O Opzelura deve ser aplicado nas lesões duas vezes por dia, em pacientes com mais de 12 anos, explica o dermatologista francês Julien Seneschal, responsável do setor de Dermatologia Inflamatória e Autoimune do hospital Universitário de Bordeaux.Ele coordenou os testes com a nova molécula em cerca de 30 pacientes franceses, integrantes de um grupo de 674 pessoas maiores de 12 anos, da Europa e dos Estados Unidos, que apresentavam a forma difusa de vitiligo e integraram o estudo. Eles participaram da chamada fase 3 da pesquisa, que avalia a tolerância ao medicamento. Os resultados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine, em outubro de 2022. “Em alguns pacientes do hospital, pudemos constatar a eficácia do medicamento no rosto. Muitos também tinham manchas antigas, que não respondiam a outras alternativas terapêuticas e tiveram resultados favoráveis, que mudaram suas vidas”, disse o dermatologista francês em entrevista à RFI Brasil.Os pacientes obtiveram mais de 75% de melhora nas manchas do rosto em seis meses. “O tratamento também mostrou ser eficaz em outras partes do corpo, com uma repigmentação significativa”, sublinha Julien Seneschal.Por enquanto, o Opzelura é indicado em casos moderados. A aplicação do creme em lesões maiores não é recomendada e estudos estão sendo realizados para viabilizar tratamentos orais em pacientes com vitiligo severo.Preservando os melanócitosA substância ativa do medicamento é a ruxolitinibe, que já era utilizada, oralmente, no tratamento de cânceres do sangue. Essa molécula é uma inibidora de proteases, que são enzimas envolvidas em diversos processos fisiológicos essenciais.A ruxolitinibe bloqueia duas enzimas conhecidas cientificamente como Janus Kinases (JAK 1 e 2). No caso do vitiligo, elas atuam na destruição dos melanócitos, que sintetizam a melanina, um pigmento natural que colore a pele e os pelos. A ausência dela causa a despigmentação e o aparecimento das manchas esbranquiçadas.A molécula diminui a capacidade do sistema imunológico de atacar os melanócitos, que poderão se regenerar e produzir a melanina, repigmentando a pele. Dados mostram que a exposição solar potencializa a ação do medicamento.Por enquanto, os cientistas ainda não sabem se o tratamento deverá ser usado por toda a vida. “Precisamos de resultados de estudos que confirmem se a repigmentação continuará se os pacientes interromperem o tratamento. Os primeiros dados dos estudos de fase 3 mostram que o efeito terapêutico se mantém. Mas, alguns pacientes tiveram recaídas da doença”, explica.De acordo com o dermatologista, essas recaídas são características da própria doença e é comum as lesões desaparecerem e reaparecerem no mesmo local. Por isso, os especialistas ainda estão avaliando em estudos qual dose seria necessária para garantir os benefícios a longo prazo. Segundo o dermatologista, os efeitos colaterais constatados até agora são pouco relevantes e incluem formigamento local e acne, em um número limitado de pacientes.  PredisposiçãoO processo de autodestruição das células no vitiligo pode ser desencadeado por fatores ambientais como o stress, ou em áreas do corpo que sofrem atrito, como o cotovelo.Existe uma predisposição genética à doença e os pacientes podem apresentar também outras patologias autoimunes, como o hipotireoidismo, por exemplo.Hoje o vitiligo pode ser tratado com corticoides, fototerapia, e outros medicamentos, que podem controlar em parte o avanço das lesões, mas não foram produzidos especificamente para tratar a doença.Apesar de não causar prejuízos físicos ou ser contagioso, o vitiligo muda a aparência e seus efeitos psicológicos são potencialmente graves.“Até agora, o vitiligo era considerado como uma doença estética, que só atingia a pele. Mas o vitiligo é uma doença que deve ser reconhecida e tratada, e que pode gerar um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Eles podem desenvolver sintomas de ansiedade, depressão, isolamento social ou estigmatização”, frisa o dermatologista francês.Por isso, ter um medicamento específico para a doença é um grande avanço. “Isso abre espaço para outras inovações terapêuticas, outros tratamentos tópicos, mas também orais”, explica. Essa pesquisa é atualmente realizada pelo dermatologista e sua equipe, que esperam também poder tratar casos severos de forma eficaz.
    30/05/2023
  • Como proteger a microbiota urinária, pouco conhecida, mas essencial para a saúde
    Nosso corpo é formado por bactérias, fungos e vírus que vivem em diversos órgãos. Hoje já se sabe que esses microrganismos, conhecidos como microbiotas, povoam o intestino, mas também o trato urinário. O papel exercido por essas “bactérias do bem” presentes na bexiga ainda é pouco conhecido, mas preservar seu equilíbrio é essencial para evitar infecções. Segundo a urologista francesa Sabrina Benbouzid, a comunidade científica descobriu apenas em 2012 que a urina também continha sua flora, que vive na parede da bexiga, formada por várias camadas. Antes, acreditava-se que o trato urinário, formado pelos rins, ureteres (tubos que transportam urina dos rins para a bexiga), bexiga e uretra eram estéreis e resistiam à invasão bacteriana.“Os microrganismos constituirão uma barreira de proteção para a região. Nós já conhecíamos a flora intestinal, mas ignorávamos que as paredes da bexiga, ou em outras mucosas do corpo, também possuíssem uma microbiota”, explicou a especialista francesa ao programa da RFI Priorité Santé.Os microrganismos intestinais e do trato urinário exercem a mesma função no corpo? Segundo a urologista, eles atuam da mesma maneira, mas as bactérias presentes no intestino são diferentes daquelas que vivem na mucosa da bexiga. “Sabemos, entretanto, que se a microbiota intestinal funciona direito, influenciará positivamente a microbiota urinária. Temos várias bactérias no ânus que podem invadir e desequilibrar a flora urogenital. Se são benignas, pelo contrário, terão um papel benéfico e por isso a sinergia entre as duas é importante”, explica a médica francesa.Há maneiras de melhorar o "desempenho" da microbiota urinária? A urologista francesa sugere o consumo de probióticos intestinais, disponíveis nas farmácias, ou cápsulas de lactobacilos de diferentes cepas, concebidas especialmente para restaurar a flora vaginal feminina e prevenir infecções urinárias e genitais. “A microbiota das mulheres e dos homens não é a mesma e vão evoluir em função da idade e de certas patologias. Os hormônios também vão influenciar a microbiota urinária da mulher. Na menopausa, a flora se modifica”, explica Sabrina Benbouzid. Segundo ela, com a interrupção da secreção de estrogênio, o hormônio feminino, aumentam também as infecções na região. A menstruação ou a gravidez também afetam e alteram a flora urinária.  Primeiros sinaisQuais são então os primeiros sinais de um possível desequilíbrio? “Quando a flora se desestabiliza, haverá sinais de inflamação. O paciente terá mais vontade de urinar, terá dores ao redor da bexiga, uma sensação de queimação, e esse desequilíbrio naturalmente favorecerá um aumento das infecções. Quando elas se repetem, é sinal de que há um problema na flora”, ressalta Sabrina.A urologista esclarece que nem sempre uma inflamação envolve um quadro infeccioso. Quando não há necessidade de tratamento antibiótico, o objetivo será reequilibrar a flora com probióticos e a diminuição da acidez da urina. Um dos conselhos caseiros sugeridos pela urologista é colocar limão na água, tomar água mineral mais alcalina e consumir alimentos como a amora, diz a especialista, que pode ser um aliado importante para a saúde. Beber muita água é outra medida simples, mas essencial para diminuir a inflamação na mucosa.Os antibióticos, apesar de muitas vezes necessários, também podem alterar a microbiota urinária. Por isso a urologista lembra que, em casos de infecções repetitivas, uma molécula específica, que respeite a flora vaginal, intestinal e urinária será proposta ao paciente. “Os antibióticos devem ser usados, claro, mas é preciso saber exatamente qual deve ser utilizado em cada caso. Infelizmente há um uso abusivo às vezes e isso trará consequências para a flora”, resume.
    16/05/2023
  • Como as restrições afetaram a imunidade das crianças durante a epidemia de Covid-19
    As medidas mais drásticas de proteção contra o vírus da Covid-19, como o uso de máscaras, os lockdowns e o distanciamento social, tiveram um impacto na imunidade das crianças nascidas no período da pandemia em diversos paises, incluindo a França e o Brasil.   Taíssa Stivanin, da RFIA flexibilização que sucedeu o pico epidêmico entre os anos de 2020 e 2022 gerou uma antecipação de diferentes infecções virais e explosão de casos em crianças, explicou a pediatra brasileira Isabella Ballalai, membro da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização do Programa Nacional de Imunizações (CTAI-PNI).No Brasil não há mais leitos nas alas pediátricas em boa parte dos hospitais, incluindo UTIS (Unidade de Terapia Intensiva), afirma a médica. Além do virus da Covid-19, o Sincicial (VSR), causador da bronquiolite, e as diferentes cepas do influenza, que causam a gripe, também são responsáveis por vários surtos em crianças.“São os vírus de sempre, entre eles o da Covid-19, que continuam atingindo muitas crianças menores de cinco anos, que não estão vacinadas. Apesar do imunizante estar disponível, não há adesão, por conta do movimento estruturado de antivacinismo. A gente nunca tinha visto isso no Brasil”, lamenta a pediatra.Como a criança constrói sua imunidade? Logo após o nascimento, e durante a amamentação, o bebê está parcialmente protegido pelos anticorpos da mãe, gerados pelas infecções naturais e vacinas, explica Isabella Ballalai. Essa proteção parcial pode durar até cerca de 15 meses. Mas se a mãe, durante a gravidez, não tomou nenhum dos imunizantes disponíveis contra a gripe ou a Covid-19, por exemplo, a criança nasce totalmente exposta às infecções e pode desenvolver uma forma grave de ambas as doenças, que também pode levar à morte. “Se a mãe não tomou a vacina contra o Sincicial, o influenza ou contra a Covid-19, essa criança nasce totalmente desprotegida”, reitera a pediatra.  Primeiros meses de vida são determinantesOs primeiros meses após o nascimento são determinantes para o sistema imunológico do bebê, que se desenvolverá em função da exposição dele aos vírus, às bactérias e à vacinação. As crianças nascidas no período da pandemia - que vivenciaram os lockdowns sucessivos e o distanciamento social - não tiveram esse contato primordial com os micróbios que povoam nosso meio ambiente.“Através desse contato, as crianças vão produzindo seus próprios anticorpos. A proteção a longo prazo, ou para o resto da vida, dependendo da doença, é gerada pelo sistema imune, que aprende a produzir anticorpos para essa doença”, explica a especialista brasileira.No contexto atual, vacinar as crianças pequenas contra o vírus e outras doenças é a melhor maneira de protegê-las, defende a pediatra brasileira. "Tem muitos pais que têm medo de fazer várias vacinas em um mesmo dia, temendo uma sobrecarga no sistema imunológico. Essa sobrecarga é desejada para a criança, que precisa ter essa exposição, respirar e andar pelo mundo.”  Na França, entre os meses de novembro de 2022 e fevereiro de 2023, os setores de pediatria dos hospitais franceses também ficaram lotados. Segundo o infectologista francês Pierre Tattevin, chefe do setor de doenças infecciosas do hospital de Rennes, no noroeste do país, a epidemia de bronquiolite foi mais intensa na França pelo mesmo motivo do que no Brasil. “Percebemos que isso ocorreu, sem dúvida, porque usamos máscaras durante dois ou três anos e os vírus não circularam como de costume, expondo menos as crianças”, explica o infectologista.“O VSR também circula entre os adultos, mas, como provavelmente eles já pegaram, as formas são mais leves. As crianças sempre estão na linha de frente e, quando são pequenas, fazem os primeiros 'encontros' com os vírus. Nós 'adiamos' esses encontros no período da epidemia, ao adotarmos as máscaras e outras restrições. As crianças então sofreram um 'choque' nesse inverno, cruzando com vírus que circularam menos nos últimos dois ou três anos.”Vírus imprevisívelPor essa razão, no estágio atual da epidemia de Covid-19, a máscara deve ser deixada de lado,diz o infectologista francês. “Viver de máscara não é a melhor solução a longo prazo. Foi uma boa ideia quando um vírus perigoso ainda estava em circulação. Os brasileiros e as populações de outros países têm razão em retomar uma vida normal agora”, afirma Tattevin, lembrando que a evolução do SARS-Cov-2, entretanto continua "imprevisível".
    25/04/2023
  • Como a associação francesa "O Silêncio dos Justos", que inspirou filme, trata o autismo
    A associação francesa “O Silêncio dos Justos” é reconhecida pelo atendimento diferenciado a crianças, adolescentes e adultos com transtornos graves do espectro do autismo. Criada em 1996, a estrutura está situada em Seine-Saint-Denis, na periferia de Paris. No local, médicos, pedopsiquiatras, psicólogos e enfermeiros atendem cerca de 120 pessoas, com o objetivo de promover a inclusão escolar e profissional dos pacientes. O trabalho feito pela associação inspirou o filme “Mais que Especiais", dos diretores franceses Olivier Nakache e Éric Toledano, que estreou no Brasil em 2021.Nos últimos anos, algumas séries da Netflix também popularizaram essa condição, que pode se manifestar de diferentes maneiras. Uma delas é “Atypical”, que mostra o dia a dia de Sam, um adolescente que tenta levar uma vida normal apesar de suas dificuldades cotidianas.Mas, na vida real, os desafios são bem diferentes, como mostrou a repórter da RFI Charlie Loupiot ao acompanhar o atendimento na associação francesa. A reportagem marcou o Dia Mundial sobre a Conscientização do Autismo, comemorado em 2 de abril, e foi transmitida pelo programa Priorité Santé.O distúrbio se caracteriza por problemas de comunicação, comportamentos repetitivos, dificuldades de adaptação, de aprendizagem ou de linguagem. Alguns adolescentes atendidos no local também sofrem de doenças psiquiátricas. Este é o caso de Clémentine, 18 anos, que é acompanhada pela pediatra Latifa Baba Aissa. “No caso da Clementine, o atendimento é mais fácil porque ela gosta de falar e consegue explicar o que a está incomodando”, explica.  Problemas físicos e mentaisA pediatra é responsável pelo monitoramento da saúde física dos pacientes que frequentam a associação. “Faço o exame clínico e somático, trato todas as doenças, todos os sintomas e tudo que envolve o sistema neurológico, cardiovascular, auditivo, oftalmológico, dentário, urogenital e ortopédico. Enfim, toda a saúde física da criança”, detalha.Lidar com pacientes autistas é uma tarefa para profissionais especializados, lembra a médica francesa. As dificuldades psiquiátricas muitas vezes acabam ficando em primeiro plano no atendimento. Para os pais, às vezes é díficil obter o atendimento adequado. “Alguns médicos têm medo de atender esses pacientes. Tem um oftamologista, por exemplo, que entrou na minha lista negra: ele gritou com algumas crianças, sem levar em conta suas deficiências”, conta a médica francesa.Epilepsia é comorbidade comumPara amenizar esse problema, a associação criou parcerias com alguns profissionais da saúde. Tratar uma criança autista requer sensibilidade para gerenciar crises, que por vezes podem ser violentas, lembra Latifa. Muitos pacientes também são epiléticos. “A epilepsia é, com frequência, associada ao Transtorno do Espectro Autista. Temos muitas crianças epiléticas. Há mais de 40 formas clínicas de epilepsia, e muitas vezes ela equivale a uma convulsão”, explica.No início de 2023, a associação passou a diversificar suas atividades e abriu um centro em Seine Saint Denis, onde os adolescentes passam o dia. À noite, alguns pacientes, acompanhados por educadores, dividem apartamentos que podem receber de três a quatro jovens, em função da autonomia e capacidades de cada um. Muitos moram sozinhos nas mesmas residências onde vivem as equipes educativas. Entre eles, há vários jovens autistas que vivem afastados de casa por decisão da Justiça e pela Rede de Proteção à Infância francesa. Conectar os pacientes com o mundoA RFI entrevistou Stephane Benhamou, criador da associação e diretor de uma estrutura que organiza colônias de férias para crianças e adolescentes. Ele diz que o atendimento na associação é diferenciado e se adapta a cada criança e situação. “Desde 2010, temos médicos, uma pediatra e um psiquiatra, além de um atendimento de emergência", diz. Uma vez por mês, conta, a associação também promove passeios, na região parisiense, com atividades variadas."Temos muitos psicológos e educadores. Esse atendimento multidisciplinar, essas trocas, dão sentido ao acompanhamento e ao desenvolvimento. Uma criança precisa ter, como toda criança, uma vida de criança, um ambiente de criança", observa. "A única complexidade do autismo é a falta de comunicação. Então todo o trabalho que buscamos fazer com nossa equipe é de conectá-los a nosso mundo, simplesmente”, resume.
    18/04/2023
  • Brasil abandona uso e produção da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19
    Desde o final do ano passado, o Ministério da Saúde recomenda que as vacinas de vetor viral (AstraZeneca e Janssen) não sejam mais aplicadas como reforço contra a Covid-19, a partir da terceira dose, na população com menos de 40 anos. O motivo da decisão é o risco aumentado de trombose, principalmente em mulheres. Taíssa Stivanin, da RFIA nota técnica, publicada em 27 de dezembro de 2022, passou despercebida em meio ao caos que tomou conta do país após a posse do presidente Lula e a invasão da Praça dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro.Segundo o documento, “do total de 40 casos prováveis e confirmados de Síndrome de Trombose com Trombocitopenia distribuídos por dose de vacina para Covid-19, notificados no e-SUS Notifica Brasil (excluindo-se São Paulo), 34 foram atribuídos à vacina da AstraZeneca”. Os incidentes foram registrados entre janeiro de 2021 e 17 de setembro de 2022. A maioria deles ocorreu cerca de duas semanas após a vacinação.A produção do soro pela Fiocruz, que assinou, no início de 2020, um acordo com o laboratório anglo-sueco para a produção de uma versão 100% nacionalizada do imunizante foi interrompida, e o contrato não foi renovado. Até janeiro de 2002, a vacina já tinha sido usada em cerca de 115,6 milhões de pessoas no país.A vacina recombinante Oxford/Covishield (Fiocruz e AstraZeneca) foi bastante usada como dose de reforço no ano passado, explicou à RFI Brasil o infectologista Julio Croda, especialista da Fiocruz, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e da Faculdade de Saúde Pública de Yale, nos Estados Unidos.“O Brasil tem, dentro do seu programa nacional de imunização, um sistema de farmacovigilância que é justamente feito para avaliar os eventos adversos associados às diversas vacinas. Através desse monitoramento, foi identificado um aumento de risco, eventualmente para trombose, principalmente em pessoas jovens, abaixo de 40 anos e mulheres”, explicou o infectologista. “Isso é bastante similar ao que foi identificado em outros países, como no Reino Unido, no caso da vacina da AstraZeneca, e nos Estados Unidos, no caso da vacina da Janssen”, destacou Croda.Ele ressalta que o efeito adverso observado após a aplicação do imunizante, que utiliza o adenovírus de chimpanzé como vetor viral, é raro. “No custo benefício, ainda compensa utilizá-la no esquema inicial, porque o risco de trombose por Covid-19 é bem maior do que o risco de trombose pelo uso da vacina”, avalia.“Mas, no contexto de uma população jovem, com elevada cobertura vacinal, os efeitos raros devem ser levados em conta. Além disso, outros imunizantes não apresentam esse risco e o Ministério da Saúde, utilizando dados de outros países e de seu próprio sistema de farmacovigilância, decidiu fazer uma mudança importante, deixando de recomendar a vacina como dose de reforço em menores de 40 anos. Então, preferencialmente, essas pessoas devem usar outro imunizante”, frisa.A vacina da Pfizer, nos primeiros dois anos de epidemia, foi considerada como um artigo de luxo. Os lotes eram reservados prioritariamente às populações dos países desenvolvidos. Estados Unidos, França e muitos outros podiam garantir suas doses em contratos milionários, em um cenário de oferta restrita e alta demanda. A aplicação do imunizante da AstraZeneca se justificava neste contexto, diz o infectologista brasileiro."Nesse caso, o benefício compensava o risco do efeito adverso raro. Mas agora, no Brasil, onde existem contratos específicos para vacinas de RNA e eventualmente para Coronavac, optou-se por não usar mais a vacina da AstraZeneca nos mais jovens. Isso impacta diretamente a utilização global da vacina e os contratos do Ministério da Saúde. Como acima de 40 anos a cobertura para duas doses de vacina em esquema inicial é mais de 95%, o Ministério optou por não renovar o contrato com a Fundação Oswaldo Cruz. Sem contrato, a vacina deixa de ser produzida e utilizada no país", explica.Efeitos colaterais não são tardiosAo longo da epidemia, diversos estudos mostraram que o imunizante, a base de vetores virais, estava associado à formação de coágulos em alguns pacientes, principalmente mais jovens. Por essa razão, ele deixou de ser usado em abril de 2021 no Reino Unido em menores de 30 anos. Este também foi o caso na França e em muitos países europeus. Nos Estados Unidos, o uso da vacina nunca foi autorizado. Cerca de dois milhões de doses adquiridas pelo país, no início da epidemia, foram doados ao Brasil. Em 6 de agosto de 2021, a FDA, a agência americana de medicamentos, divulgou uma nota explicando que exportaria seus lotes diante da “situação emergencial” em algumas regiões. No Brasil, onde o vírus SARS-CoV-2 provocou a morte de mais de 700 mil pessoas, a vacina da AstraZeneca foi usada nos anos de 2021 e 2022 em grande escala, a partir de 18 anos de idade, principalmente como primeira e segunda dose.O infectologista brasileiro lembra que as pessoas que tomaram a vacina nos primeiros anos da epidemia não devem se preocupar com efeitos colaterais tardios. “Esses eventos adversos raros acontecem nos primeiros 14 dias após a vacinação. A vacina não permanece no organismo e esse vetor viral é eliminado. Ficam os efeitos da vacina, que são a imunidade e a geração de corpos neutralizantes e de resposta celular”, afirma.“Não existe nenhuma preocupação no momento para quem tomou a vacina no passado. Esses efeitos são raríssimos e dificilmente detectados em estudos de fase 3. Como gestores de saúde pública e agências regulatórias, adaptamos a recomendação a partir da disponibilidade de outras opções", reitera. Para ele, "é importante deixar claro que, em um momento que você tem uma população que não está imunizada, qualquer vacina tem um impacto substancial, principalmente nas hospitalizações e óbitos"."Risco inaceitável"O infectologista francês Pierre Tattevin, chefe do setor de doenças infecciosas do hospital universitário de Rennes, na Bretanha, considera o risco que envolve a vacina da AstraZeneca “inaceitável”. “Quando a campanha de vacinação contra a Covid-19 começou, percebemos que esse imunizante não era bem tolerado pelos jovens, então paramos de utilizá-lo. O corpo reagia muito e havia efeitos colaterais”, diz.Recentemente, o Instituto de Estatísticas britânico (Office for National Statistics) divulgou uma nova análise que associa riscos cardíacos ao uso da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 em mulheres jovens, entre 12 e 29 anos. Segundo as novas estatísticas, publicadas em 27 de março pelo ONS (Office for National Statistics) do Reino Unido, a vacina poderia ser apontada como a causa de seis acidentes cardiovasculares em 100 mil jovens vacinadas doze semanas antes, que receberam pelo menos uma dose.“É um estudo muito bem feito e eles conseguiram estabelecer dados. Apesar do número de efeitos colaterais graves ser pequeno, isso é inaceitável”, frisa Tattevin. Segundo ele, como no contexto epidêmico atual há poucas formas graves, o custo-benefício da vacina, em mulheres abaixo de 40 anos, não é favorável nem em países onde há pouca oferta de imunizantes. Resposta do laboratórioA RFI Brasil entrou em contato com a AstraZeneca sobre o risco de trombose envolvendo a vacina. Leia a íntegra da nota enviada pela assessoria de imprensa do laboratório.“A AstraZeneca reforça que a vacina contra a COVID-19 – Vaxzevria – apresenta um perfil de segurança favorável, assim como já declarado pela Organização Mundial da Saúde e outros órgãos internacionais, em que os benefícios da vacinação superam quaisquer riscos potenciais. É importante ver que esta análise conduzida a partir de um grande banco de dados de registros eletrônicos de saúde constatou que a mortalidade por todas as causas, incluindo a cardíaca, não aumentaram entre os jovens que receberam vacinas contra a Covid-19. Ressaltamos que o estudo também analisou a relação da vacina Vaxzevria com mortes de mulheres jovens de 12 a 29 anos, evidenciando que não foi possível estabelecer nenhum vínculo causal. Os autores também afirmam que é difícil estender qualquer conclusão para o público em geral porque a vacina foi usada apenas durante um curto período de tempo e em uma população selecionada.”Segundo a farmacêutica, estimativas mostram que a Vaxzevria ajudou a salvar mais de 6 milhões de vidas no primeiro ano de vacinação, de dezembro de 2021 a dezembro de 2022.
    11/04/2023

À propos de Saúde em dia

Entrevistas e reportagens com especialistas sobre as novas pesquisas e descobertas na área da saúde, controle de epidemias e políticas sanitárias.
Site web du podcast

Écoutez Saúde em dia, RMC Info Talk Sport ou d'autres radios du monde entier - avec l'app de radio.fr

Saúde em dia

Saúde em dia

Téléchargez gratuitement et écoutez facilement la radio.

Google Play StoreApp Store

Saúde em dia: Radios du groupe